Os profissionais que lidam com a infância possuem a oportunidade mais precoce de garantir que as crianças se desenvolvam em busca de seu pleno potencial e tamanha responsabilidade requer instrumentalização e prática. Muitas das competências técnicas da medicina e da pediatria podem não fazer sentido se não saírem da prescrição para a vida real do paciente. A nutrição é um grande exemplo disso. Nutrientes isoladamente podem não garantir uma boa saúde nutricional se não forem considerados como parte de uma grande orquestra que norteia a saúde como um todo. Comportamento, ambiente, estilo de vida e comunicação são pilares fundamentais do desfecho que a nutrição exerce no organismo humano.
Portanto a nutrição adequada envolve dois desafios paralelos. O desafio nutricional e o desafio alimentar. Garantir a nutrição adequada de uma criança envolve sim garantir um bom estado nutricional, mas requer também que se construa uma boa relação com a comida e é para esta interface que não temos olhado com a devida atenção.
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Genética não é destino. Conhecimento em epigenética e prevenção primordial são indispensáveis para pediatria do século XXI. É possível tornar os futuros adultos menos pré-dispostos as doenças crônicas da atualidade.
Conceitos básicos em nutrologia são essenciais para que o pediatra consiga avançar em sua prática clínica.
Há séculos várias áreas do conhecimento tentam entender como as crianças aprendem seus comportamentos. O que fato aprendemos e o que é inato ou instintivo? O que precisamos saber sobre os autores que fizeram diferença na resposta para essas perguntas e o que já podemos incorporar na prática pediátrica e no aprendizado dos hábitos alimentares.
A dieta ideal é outra pergunta cuja resposta tem sido buscada pela ciência há séculos. Hoje já encontramos a reposta, mas a pediatria ainda lança mão de condutas que vão na contra mão dessas recomendações mundialmente reconhecidas.
Uma das raras unanimidades da medicina é o reconhecimento do leite materno como o melhor alimento para os bebês. Entretanto historicamente os pediatras estudam e recebem muito mais informações sobre fórmulas infantis do que sobre técnicas de promoção do aleitamento materno. As consultas pediátricas, entretanto, são as principais oportunidades na virada dos números de amamentação no Brasil, cabe aos pediatras olhar menos para as moléculas desenvolvidas para mimetizar o leite materno e aprender defender e incentivar o inimitável ato de amamentar.
São mais de 80 rótulos. Se para nós, profissionais de saúde é difícil escolher um produto, para as famílias essa escolha pode ser perigosa e prejudicial. Portanto é importante conhecer o assunto para saber prescrever. Além de todo o conhecimento técnico médico e todo o olhar em busca de diagnósticos precoces e promoção de saúde, os pediatras também se deparam com o desafio de conhecer e se manter atualizado neste universo que une marketing e ciência e se relaciona diretamente com a saúde na infância. Fórmulas, infantis, compostos lácteos, suplementos alimentares e dietas especiais sempre assombraram o dia a dia do pediatra. Conhecer algumas diferenças básicas entre esses produtos pode não apenas facilitar o dia a dia do pediatra mas também proteger a saúde da infância. E o momento da decisão de prescrever uma fórmula infantil? Esse delicado e complexo ato médico tem sido tomado na hora certa? Neste módulo vamos discutir e ilustrar com casos reais como manejar a promoção da amamentação sem colocar em risco o estado nutricional e a saúde global do binômio mãe-bebê.
A ciência já mostrou que na infância, o papel da nutrição vai além de oferecer os nutrientes corretos nas quantidades corretas e o papel do pediatra vai além das prescrições de nutrientes e remédios. Mais do que criar crianças nutricionalmente saudáveis o desafio atual é criar adultos que tenham uma relação saudável com a comida e o comer. E tudo começa mais cedo do que imaginamos.
Metade das famílias do consultório pediátrico contemporâneo se queixa de que “seu filho não come” em algum momento da vida da criança. Saber lidar com essa queixa sem causar danos é um grande diferencial do pediatra moderno. A resposta para essa queixa vai muito além dos alimentos.
Previsões sobre a tendência de aumento de obesidade na infância e adolescência para a próxima décadas não param de aumentar. Entretanto muitas dessas crianças ainda nem nasceram e essa tendência não precisa ser considerada inevitável. Um dos nossos maiores equívocos na abordagem do excesso da infância e adolescência é o foco na perda de peso. Antes de ser “obesa” a criança com excesso de peso precisa ser vista e tratada como “criança”.
Adolescência é um período determinante para desfechos clínicos na idade adulta. Frequentemente negligenciada, a adolescência é uma fase de grande oportunidade de investimento em prevenção e promoção de saúde. Entender as peculiaridades da adolescência pode ajudar pais e profissionais a nortearem suas práticas em busca de um futuro mais promissor.
A escolha é da família! A alimentação tem papéis que influenciam nosso comportamento social há milhares de anos. Muito do que somos hoje como sociedade, se deve às conquistas e adaptações humanas em busca de oportunidades alimentares. Decisões e escolhas alimentares dependem de crenças, valores, cultura, experiências e possibilidades. Respeitar, facilitar, saber direcionar e otimizar as escolhas alimentares de cada família é um papel fundamental do pediatra dos novos tempos. Isso não apenas otimiza a escolha do estilo alimentar, mas protege as famílias e em especial as crianças de informações incorretas e que podem colocar a saúde nutricional em risco.
A medicina já reconhece a mudança de comportamento como pilar importante no tratamento de diversas doenças crônicas. Na pediatria a mudança de comportamento e melhoria do estilo de vida da família podem ser as intervenções pediátricas mais eficazes que existem já que os impactos de tais mudanças afetam a infância desde seu DNA até seus modelos de comportamento. Apesar de tantas evidências, estratégias para ajudar as famílias a mudarem seu comportamento são pouco estudas e menos ainda aplicadas na pediatria.
O aprendizado na infância passa por suas experiências e a responsividade do ambiente que está inserida. Práticas parentais adequadas podem ser a chave para que a criança alcance seu pleno potencial.
• Doutora em ciência pela Faculdade de Medicina da USP.
• Complementação especializada em Nutrologia Pediátrica pelo Instituto da Criança – FMUSP
• Pós-Graduação em Nutrologia pela ABRAN e Boston University School of Medicine.
• Membro do American College of Lifestyle Medicine.
• Pediatra da Liga de Obesidade Infantil do HC-FMUSP.
• Coordenadora o departamento de Obesidade infantil da ABESO.
• Pediatra com com título de especialista pela SBP.
• Residência médica em Pediatria pelo HC-FMUSP.
• Preceptoria e Assistência no Hospital Universitário da USP.
• Certificada pelo Instituto Nutrição Comportamental.
• Aprimoramento em clínica analítico comportamental: orientação parental e intervenção em crianças e adolescentes pelo Centro Paradima.
• Técnica em Nutrição e Dietética pela GV.
• Mais de 15 anos de experiência em ensino médico.
• Mais de 15 anos de experiência em consultório Pediátrico.
• Mãe do Miguel e da Mariana. De todos o maior “Título”.
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