NOSSA HISTÓRIA E MANIFESTO

Entendemos que o conceito de saúde no século XXI vai além do conhecido bem estar físico mental e social e muito além da ausência de doenças. Os tempos atuais exigem mudanças que definem saúde como a capacidade de adaptação e autogerenciamento frente a desafios físicos, emocionais e sociais.

Entretanto as ferramentas necessárias para promover a adaptação e o autogerenciamento das pessoas nunca fez parte da formação médica e são estes os profissionais mais acessados para que as pessoas alcancem suas definições de saúde. A medicina nunca foi tão evoluída e a pediatria nunca teve tanta importância como nos tempos atuais. Diagnóstico, tratamento e cura nunca foram tão rápidos e eficazes e em contrapartida a infância vive um momento de crise inédito. A epidemia de obesidade e ao mesmo tempo dificuldades alimentares, os aumentos alarmantes dos casos de alergias e doenças gastrintestinais bem como a explosão de diagnósticos psiquiátricos na infância como ansiedade, depressão e suicídio tem paradoxalmente tornando a infância mais doente do que nunca, mesmo que as crianças conceitualmente tenham chance de serem mais saudáveis do que nunca, mesmo sendo o século XXI o momento mais promissor para a infância se comparado a qualquer outro século.

A maioria das “epidemias da infância” do terceiro milênio se relacionam a comportamentos, escolhas e decisões que definem um estilo de vida, mas essas decisões não são das crianças e sim dos adultos que a cercam. Diretrizes de diagnósticos e tratamentos por mais precoces e eficazes que sejam, não tornam as pessoas mais saudáveis porque não promovem mudança de comportamento. Os números de doenças crônicas ligados a estilo de vida na infância já mostram que o olhar biológico para a criança não é eficaz para prevenção de doenças e promoção de saúde.

Entende-se aqui que cuidar da infância é o trabalho mais importante que existe porque nesta fase que se construirão as funções simbólicas de infância que no futuro nortearão a maioria das decisões da vida adulta. Com base em experiências da infância, muitas decisões culturais, religiosas, políticas, familiares, nutricionais, financeiras, afetivas e individuais são tomadas todos os dias. Necessariamente experiências positivas e negativas permeiam a infância e tais experiências com apoio e equilíbrio podem edificar adultos que ao mesmo tempo aprendam com as frustrações e saibam reconhecer e usufruir do sucesso. As diretrizes modernas em especial as biológicas têm desconsiderado os possíveis malefícios de uma visão protocolar e demasiado ambiciosa da infância. A missão desse instituto, portanto, é incentivar profissionais de saúde, educação, mídia e qualquer um que se relacione à infância a repensarem suas práticas e redirecionarem os cuidados com a criança para um sentido menos biológico e mais integral e construtivo.

Trazemos aqui um novo modo de atuação de atuação com a infância que não visa discordar das práticas tradicionais e sim adicionar à elas ferramentas que instrumentalizam em especial os profissionais de saúde que lidam com crianças, para as demandas dos novos pais e as novas crianças dos novos tempos.