Depois da linda postagem de sobre apetite hedônico do nosso querido @pediatriaintegralbr sobre apetite hedônico, aproveito para aliviar alguns corações maternos que se dão conta de que seus filhos comem escondido e acabam me procurando por isso.
Já sabemos que é na infância que muitos de nós aprendemos a fugir de sentimentos e sensações ruins buscando aquilo que nos traz prazer e bem-estar.
É comum que essa fuga aconteça pela busca de alimentos muito saborosos que mexem com a área cerebral da recompensa e do prazer.
Seria lindo se as crianças não conhecessem essa experiência tão saborosa cedo demais pois quanto mais cedo acontece essa associação, maior e mais intenso passa ser esse desejo.
Mas na realidade as crianças têm contato (e muito) com alimentos ricos em sal, açúcar e gordura e desde muito cedo e aprendem a preferir esses alimentos, a sentirem falta deles quando não os recebem e a terem esses alimentos como “conforto” emocional.
Onde está o problema então? Quando achamos que as crianças são capazes de controlar os consumos desses alimentos sozinhas com base em argumentos de saúde ou no simples auto-controle, cometemos um grande erro.
Crianças não são mini adultos e portanto, se já estiverem muito familiarizadas, não decidem pelo “comer saudável” na frente de um pacote saboroso e colorido. Para eles o que existe é o prazer do agora e não a saúde das próximas décadas.
Em especial no excesso de peso o apetite hedônico tem um papel crucial que associado às peculiaridades da infância torna quase impossível resistir a um alimento ultra saboroso.
Portanto se de repente um alimento saboroso, presente e familiar passa a ser proibido, o corpo e o cérebro “gritam” e “arranjam um jeito” de conseguir aquela sensação novamente.
O buraco é muito mais embaixo, ou melhor, muito mais em cima, no cérebro! 🧠 Metas e proibições na infância devem ser planejadas e orientadas com cuidado e conhecimento 🙏🏽
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