O QUE OS PAIS PODEM FAZER, PARA PREVENIR PROBLEMAS RELACIONADOS A PESO E ALIMENTAÇÃO?

Por Erika Checon Romano

O ambiente familiar e escolar são locais importantíssimos na prevenção da obesidade e dos transtornos alimentares em crianças e adolescentes. Quando falamos em prevenir sem causar danos, falamos sobre alguns prejuízos que podem ser causados por preocupações excessivas com o peso- em vista de uma necessidade constante de atingir o “peso ideal” (que nem existe…). Além disso, a restrição na alimentação e redução da autoestima também podem ser gatilhos de graves doenças. Se o jovem precisar perder peso por alguma razão, colocar o foco só no peso aumenta o risco de desenvolver problemas de saúde. Deve-se sempre pensar na mudança de comportamento, melhorando o estilo de vida envolvendo, entre outros, a nutrição e prática de atividade física.  

A ciência da nutrição é complexa e envolve vários fatores, dentre eles biológicos, psicológicos e sociais. Como pais, cabe-nos ofertar uma alimentação com padrões nutricionais adequados; e para isso muitas vezes precisamos da ajuda de profissionais. Atualmente, é comum a prática de dieta restritiva, e muitos pais acabam pensando ser normal fazer dieta, passando esse hábito para seus filhos- e isso pode ser um grande problema. Por isso, entender sobre os pontos que podem ser críticos na hora de formar o hábito alimentar de seu filho é muito importante. Alguns exemplos de ações a serem incorporadas no ambiente familiar, listadas abaixo, podem trazer benefícios de longo prazo na relação dos filhos com a alimentação e corpo.   

1 – Procure criar uma atmosfera agradável na hora das refeições, tornando esse momento gostoso, e agradável, sem cobranças e julgamentos sobre as escolhas alimentares dos filhos.

2- Lembrar que, como pais, também podemos ter as nossas questões pessoais e problemas com o nosso corpo e comida, e por isso é importante rever essas questões e o seu posicionamento.

3- Vale lembrar que sua fala é sempre impactante na vida do seu filho, assim como seu exemplo (tanto do ponto de vista alimentar quanto o de percepção corporal). Portanto, se você se mostrar insatisfeito com o seu corpo, poderá gerar também no seu filho uma insatisfação corporal.

4 – Atente-se para que sua casa seja um lar, com acolhimento e escuta…um lugar sem julgamento, para comer e viver com amor e bom senso.

5- Incentive seus filhos a amaram e aceitarem seus corpos, confiando na capacidade que ele tem de se autorregular.

6- Procure explorar com seus filhos, as percepções dos sinais internos de fome e saciedade, evitando distrações durante as refeições (Ex. assistir TV, mexer no celular)  

7 – Entenda que para eles, o cuidado com a alimentação, atividade física e autoestima são primordiais para uma boa relação com o corpo e comida.

Por fim, cultivar o hábito e a LIBERDADE de amar o próprio corpo do jeitinho que ele é, focando nas suas características positivas, pode ajudar seus filhos a incorporarem bons hábitos na sua rotina. E dessa forma, criamos filhos ativos, poderosos e bem nutridos!

Para saber mais, conheça a série de livros “Prevenção Sem Danos”, das autoras Erika Romano, Karin Dunker e Paula Teixeira. Acesse o perfil @prevencao.sem.danos.

Bibliografia recomendada:

  1. www.aedweb.org (GUIDELINES DA ACADEMY FOR EATING DISORDERS)
  2. O`Dea J. Prevention of child obesity:”First, do no harm”. Health education research. 2005;20:259-265.
  3. Alvarenga MS, Dunker KLL, Philippi ST. Transtornos Alimentares e Nutrição: da prevenção ao tratamento. 1a. ed. Barueri: Manole, 2019. v. 1. 546p.