Primeiro não cause danos!

Esse virou meu mantra ao atender crianças com excesso de peso e suas famílias, depois de assistir pela primeira vez a uma aula com este título na Faculdade de Saúde Pública da professora @marlealv

Autoestima na infância é coisa muito séria!!

O aplicativo em questão, por melhor que seja a intensão, pode prejudicar a autoestima de uma faixa etária já muito vulnerável (8 a 12 anos).

Com o tempo a prática me mostrou que toda a nossa preocupação sobre saúde, bem estar e futuro que tanto preocupa os profissionais de saúde, não faz sentido para as crianças. Concordando ou não o que os leva a procurar ajuda é sofrimento emocional. É busca por pertencimento, aceitação e acolhimento. E muitas vezes somos nós que os fazemos sentir esse sofrimento.

Em 2010 no Hospital Universitário da USP das 60 crianças atendidas em um ambulatório de o obesidade infantil, 56 choraram na primeira consulta. E muitos vinham contando coisas muito ruins que haviam ouvido dos médicos, nutricionistas, amigos, familiares, atendentes de lojas, taxistas, programas de tv, professores etc.

A gente ignora quem eles são e os resume àquilo que eles pesam!
Nada é mais importante para uma criança do que ser vista como criança cuja a autoestima está em construção!

Mas isso está longe de ser só uma opinião. A Academia Americana de Pediatria em 2017 publicou um posicionamento sobre isso. E deixou bem claro qual é o papel dos pediatras que desejam ajudar crianças com excesso de peso.

@dramariaednaendocrino chefe da Liga de Obesidade Infantil do HC é uma das pessoa que eu conheço que mais leva isso a sério na prática.

A @abeso_evidenciasemobesidade é outro grande exemplo pois tem como campanha a hashtag #obesidadeeutratocomrespeito

Existem 4 ferramentas fundamentais para quem pretende ajudar crianças com excesso de peso e suas famílias:

• EMPATIA
• ESCUTA
• RESPEITO
• CONHECIMENTO

A questão é que a última não serve para nada sem as 3 primeiras. Além de não ajudar ainda pode causar danos!!

@dr.albertodiasfilho

Vou deixar o link do posicionamento da AAP
👉🏼https://pediatrics.aappublications.org/content/pediatrics/early/2017/11/16/peds.2017-3034.full.pdf

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